sábado, 14 de fevereiro de 2009

Se não queres saber não perguntes

cenário: duas pessoas que se conhecem, ainda que relativamente mal, cruzam-se na rua.
Pessoa A - Então? Tudo bem?
Pessoa B - Epá, nem queiras saber, rebentou-me uma borbulha mesmo junto ao lábio e sempre que queria comer qualquer coisa dava-me umas dores brutais. Ainda por cima, tinha um jantar de negócios e os tipos que vieram de Espanha escolheram um restaurante com comida tramada, então não comi nada de jeito. À conta disso fiquei com fome e como já não andava grande coisa tive uma quebra de tensão, caí desmaiado e bati com a cabeça no chão. Não tinha com quem ir ao hospital e tive de esperar dois dias pois não conseguia sair de casa e não tinha dinheiro comigo. Sabes, desde que me mudei para esta cidade sinto muito a falta de ter com quem falar. Nem sequer tenho contactos de pessoas que morem aqui para falar em caso de desespero. Não é que eu goste muito de falar - aliás, nem falo muito desde que, soubeste?, no ano passado bati com o carro e atropelei uma velhota que tinha acabado de sair do hospital - e não é que queira falar, mas admito que me dava jeito ter o telefone de uma ou duas pessoas a quem recorrer em caso de desespero. Agora é giro ver que somos vizinhos. Não sabia que moravas no prédio ao lado do meu. Toma lá. O meu número é o 95 555 555. Dái aí o teu... (e blá blá blá blá blá)

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